Militar, ingressou na Escola Naval, no Rio de
Janeiro, em 1915. Em novembro de 1924, liderou na baía da Guanabara a
sublevação do couraçado São Paulo. A intenção dos revoltosos era de se juntar
aos rebeldes gaúchos que se haviam sublevado contra o governo federal no mês
anterior, sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Após rumar para o sul do país
com esse objetivo, o São Paulo não conseguiu aportar no litoral gaúcho devido a
problemas climáticos. Sem víveres para continuar a luta, os revoltosos
dirigiram-se para o Uruguai, onde se exilaram.
Nos anos seguintes, Cascardo exerceu a profissão
de comerciante na cidade uruguaia de Rivera. Em 1926, tentou retomar a luta
revolucionária no Brasil participando da chamada Coluna Relâmpago, levante
militar deflagrado em Cruz Alta (RS), sob a liderança dos irmãos Alcides e
Nelson Etchegoyen, logo sufocada pelo governo de Washington Luís.
Em 1930, voltou clandestino ao Rio Grande do Sul
a tempo de participar do movimento revolucionário que depôs Washington Luís.
Iniciada a insurreição, em outubro daquele ano, dirigiu-se ao Rio de Janeiro,
junto com Osvaldo Aranha e Lindolfo Collor, com o objetivo de negociar a
transferência do poder da junta militar, que antecipando-se aos revolucionários
havia deposto Washington Luís, para o comandante das forças rebeldes, Getúlio
Vargas.
Empossado o novo governo, participou, em 1931, da
fundação do Clube 3 de Outubro, agremiação que pretendia conferir maior coesão
política aos tenentes revolucionários, assumindo o posto de vice-presidente da
entidade. Por influência do Clube, foi indicado por Vargas, em julho daquele
ano, para a interventoria federal no estado do Rio Grande do Norte. Afastou-se
do cargo após sete meses devido a problemas familiares.
Em 1932, combateu o Movimento Constitucionalista
deflagrado em São Paulo contra o governo federal. Por essa época, foi designado
oficial de ligação entre os estados-maiores do Exército e da Marinha. No ano
seguinte, decepcionado com os rumos da revolução e do governo Vargas,
desligou-se do Clube 3 de Outubro, reafirmando nessa ocasião suas convicções
socialistas. Nessa época, por sinal, fazia parte do efêmero Partido Socialista
Brasileiro (PSB), criado no I Congresso Nacional Revolucionário, em 1932. Entre
maio de 1934 e janeiro de 1935, realizou cursos de aperfeiçoamento militar na
Inglaterra, aproveitando sua estadia na Europa para, a pedido de Vargas, sondar
o governo soviético sobre o reatamento diplomático entre aquele país e o
Brasil.
Ao retornar ao Brasil, foi convidado a ingressar
na Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política de caráter antifascista
que então se formava. No mês de março, foi eleito presidente nacional da
entidade. Dedicou-se, então, às atividades da Aliança, que conheceu rápido
crescimento em seus primeiros meses de existência. Em julho daquele ano, porém,
Vargas ordenou o fechamento da ANL, utilizando como pretexto o manifesto
divulgado por Luís Carlos Prestes, presidente de honra da organização, de
conteúdo explicitamente inssurrecional. Sabendo do teor do documento com
antecedência, Cascardo manifestou-se contrário à sua divulgação.
Ainda no mês de julho foi transferido para São
Francisco do Sul (SC), onde assumiu a delegacia local da Capitania dos Portos e
deu continuidade ao seu trabalho de arregimentação de novos militantes para a
ANL, que agora atuava fora da legalidade. Por estar afastado da capital
federal, foi substituído na presidência da Aliança pelo deputado federal Otávio
da Silveira.
Não participou dos preparativos dos levantes
deflagrados em nome da ANL nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro, em
novembro de 1935. Mesmo assim foi preso e afastado da Marinha. Acusou, então, o
governo e a polícia de ter jogado a ANL nas mãos do Partido Comunista
Brasileiro, então Partido Comunsita do Brasil (PCB), quando decretou a sua
ilegalidade.
Em setembro de 1937, foi libertado após cumprir a
pena a que fora condenado.
Com o fim da ditadura do Estado Novo, em 1945,
participou da fundação da Esquerda Democrática, agrupamento político composto
basicamente por intelectuais, muitos dos quais egressos da ANL, que a princípio
se vinculou a União Democrática Nacional (UDN) e, posteriormente, deu origem a
um novo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nessa época, reintegrou-se à
Marinha. Em 1954, transferiu-se para a reserva no posto de
almirante-de-esquadra.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1967FONTE - INTERNET
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