quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

HERCULINO CASCARDO

Herculino Cascardo nasceu no Rio de Janeiro, em 1900.
Militar, ingressou na Escola Naval, no Rio de Janeiro, em 1915. Em novembro de 1924, liderou na baía da Guanabara a sublevação do couraçado São Paulo. A intenção dos revoltosos era de se juntar aos rebeldes gaúchos que se haviam sublevado contra o governo federal no mês anterior, sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Após rumar para o sul do país com esse objetivo, o São Paulo não conseguiu aportar no litoral gaúcho devido a problemas climáticos. Sem víveres para continuar a luta, os revoltosos dirigiram-se para o Uruguai, onde se exilaram.
Nos anos seguintes, Cascardo exerceu a profissão de comerciante na cidade uruguaia de Rivera. Em 1926, tentou retomar a luta revolucionária no Brasil participando da chamada Coluna Relâmpago, levante militar deflagrado em Cruz Alta (RS), sob a liderança dos irmãos Alcides e Nelson Etchegoyen, logo sufocada pelo governo de Washington Luís.
Em 1930, voltou clandestino ao Rio Grande do Sul a tempo de participar do movimento revolucionário que depôs Washington Luís. Iniciada a insurreição, em outubro daquele ano, dirigiu-se ao Rio de Janeiro, junto com Osvaldo Aranha e Lindolfo Collor, com o objetivo de negociar a transferência do poder da junta militar, que antecipando-se aos revolucionários havia deposto Washington Luís, para o comandante das forças rebeldes, Getúlio Vargas.
Empossado o novo governo, participou, em 1931, da fundação do Clube 3 de Outubro, agremiação que pretendia conferir maior coesão política aos tenentes revolucionários, assumindo o posto de vice-presidente da entidade. Por influência do Clube, foi indicado por Vargas, em julho daquele ano, para a interventoria federal no estado do Rio Grande do Norte. Afastou-se do cargo após sete meses devido a problemas familiares.
Em 1932, combateu o Movimento Constitucionalista deflagrado em São Paulo contra o governo federal. Por essa época, foi designado oficial de ligação entre os estados-maiores do Exército e da Marinha. No ano seguinte, decepcionado com os rumos da revolução e do governo Vargas, desligou-se do Clube 3 de Outubro, reafirmando nessa ocasião suas convicções socialistas. Nessa época, por sinal, fazia parte do efêmero Partido Socialista Brasileiro (PSB), criado no I Congresso Nacional Revolucionário, em 1932. Entre maio de 1934 e janeiro de 1935, realizou cursos de aperfeiçoamento militar na Inglaterra, aproveitando sua estadia na Europa para, a pedido de Vargas, sondar o governo soviético sobre o reatamento diplomático entre aquele país e o Brasil.
Ao retornar ao Brasil, foi convidado a ingressar na Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política de caráter antifascista que então se formava. No mês de março, foi eleito presidente nacional da entidade. Dedicou-se, então, às atividades da Aliança, que conheceu rápido crescimento em seus primeiros meses de existência. Em julho daquele ano, porém, Vargas ordenou o fechamento da ANL, utilizando como pretexto o manifesto divulgado por Luís Carlos Prestes, presidente de honra da organização, de conteúdo explicitamente inssurrecional. Sabendo do teor do documento com antecedência, Cascardo manifestou-se contrário à sua divulgação.
Ainda no mês de julho foi transferido para São Francisco do Sul (SC), onde assumiu a delegacia local da Capitania dos Portos e deu continuidade ao seu trabalho de arregimentação de novos militantes para a ANL, que agora atuava fora da legalidade. Por estar afastado da capital federal, foi substituído na presidência da Aliança pelo deputado federal Otávio da Silveira.
Não participou dos preparativos dos levantes deflagrados em nome da ANL nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro, em novembro de 1935. Mesmo assim foi preso e afastado da Marinha. Acusou, então, o governo e a polícia de ter jogado a ANL nas mãos do Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunsita do Brasil (PCB), quando decretou a sua ilegalidade.
Em setembro de 1937, foi libertado após cumprir a pena a que fora condenado.
Com o fim da ditadura do Estado Novo, em 1945, participou da fundação da Esquerda Democrática, agrupamento político composto basicamente por intelectuais, muitos dos quais egressos da ANL, que a princípio se vinculou a União Democrática Nacional (UDN) e, posteriormente, deu origem a um novo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nessa época, reintegrou-se à Marinha. Em 1954, transferiu-se para a reserva no posto de almirante-de-esquadra.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1967
FONTE - INTERNET

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